A demanda por cuidadores de idosos tende a aumentar, assim como a necessidade de profissionais mais qualificados na área. O Brasil está envelhecendo rapidamente e, segundo projeções do IBGE, em 2070, mais de um terço da população terá 60 anos ou mais, requerendo cuidados específicos. 

De acordo com a Pnad, a demanda por cuidadores de idosos remunerados já aumentou 15% entre 2019 e 2023, chegando a cerca de 840 mil profissionais. Segundo o Caged, houve um crescimento de 547% entre 2012 e 2022 na formalização da profissão.

"A importância do cuidador no Brasil hoje é fundamental não só para idosos, mas para qualquer pessoa que necessite de apoio. E é essencial que o cuidado seja feito de forma correta, com preparo", afirma a terapeuta na geriatria,  Dra. Gláucia Pettine.

Ainda assim, grande parte dos cuidados com idosos no Brasil continua sendo realizada de forma não remunerada, por familiares. Em 2019, mais de 5 milhões de pessoas se dedicavam a esse trabalho, muitas vezes sem qualquer capacitação.

Uma idosa sentada em uma cadeira de rodas enquanto um cuidador coloca a mão em seu ombro. Imagem para ilustrar a matéria sobre demanda por cuidadores de idosos.Crédito: eopleimages.com/Shutterstock

Demanda por cuidadores de idosos: informalidade e sobrecarga familiar

Grande parte dos cuidadores de idosos informais são mulheres. São elas que assumem, muitas vezes, a responsabilidade de cuidar de pais, avós ou outros parentes. “Às vezes, um familiar cuida de várias pessoas, mas sem capacitação. Ele cuida da maneira que acha ser a ideal, mas nem sempre é”, explica a Dra. Gláucia.

O impacto desse cuidado é profundo. Uma pesquisa da Fiocruz mostrou que, durante a pandemia, quase 40% das cuidadoras familiares não contaram com nenhum apoio. Muitas enfrentaram jornadas de 24 horas, sete dias por semana, com efeitos sérios na saúde física e emocional. "É uma profissão com grande desgaste, não só físico, mas também emocional. O cuidador precisa de respaldo, rede de apoio, tempo para descansar e até, em alguns casos, suporte terapêutico", complementa a especialista.

Capacitação é chave para a qualidade do cuidado

A formação adequada é fundamental para que o cuidado seja feito com segurança e respeito. Segundo a Dra. Gláucia, o cuidador não substitui profissionais como fisioterapeutas ou fonoaudiólogos, mas deve ter noções básicas para colaborar com a equipe. “Nos cursos que ministro, que têm 17 módulos, trabalhamos com noções de demências, nutrição, banho de leito, higiene, medicamentos e muito mais”, conta.

A especialista reforça que o vínculo entre cuidador e paciente é essencial para o bem-estar de ambos. “O importante é que o cuidador crie um bom vínculo com o paciente. Isso faz toda a diferença no dia a dia.”

Ela também defende que membros da família participem de cursos de formação de educadores de idosos, mesmo que não atuem profissionalmente. “Seria ideal que cada família tivesse duas ou três pessoas com capacitação em cuidados. Isso ajuda muito no dia a dia e prepara para situações futuras.”

Profissão regulamentada e em expansão

A profissão de cuidador já é regulamentada, mas ainda precisa de mais reconhecimento e valorização. A expectativa é que a demanda por cuidadores de idosos cresça continuamente. "É uma profissão que já tem muita importância e vai ser ainda mais procurada. Desde que bem capacitado, o cuidador será cada vez mais essencial", afirma a Dra. Gláucia.

Com remunerações que podem ultrapassar três salários mínimos e uma demanda crescente, o cuidador de idosos se destaca como uma das profissões-chave para o futuro do Brasil.

Alguns pontos esperados de um cuidador de idosos

  • Higienização do idoso
  • Administração dos remédios por via oral, conforme a prescrição médica
  • Agendamento e acompanhamento em consultas médicas, exames e internações
  • Fazer companhia, acalmar em momentos de crise, estimular atividades 
  • Controlar o estoque de medicamentos
  • Outros, de acordo com o combinado

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