Você já pode ter ouvido falar sobre Tesouro RendA +, um novo título do Tesouro Direto que é voltado para a obtenção de receita extra na aposentadoria. Ele estará disponível no mercado a partir de 30 de janeiro, mas você sabe como funciona? Compilamos os principais pontos para te explicar!

Primeiramente, é importante entender o que é o Tesouro Direto. Resumidamente, trata-se de um programa do governo que existe desde 2002 e que permite ao cidadão investir em títulos públicos. Ou seja, emprestar dinheiro para o governo e, na data programada, receber esse dinheiro de volta acrescido dos juros. É considerado a alternativa mais segura de investimento. Isso porque o risco do investidor não receber estaria atrelado ao país quebrar. Se isso acontecesse, todos os outros investimentos também não estariam seguros.

Existem três modalidades de títulos: o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA. O primeiro é mais voltado à reserva de emergência, já que é possível vender a qualquer momento sem perder dinheiro. O segundo é mais indicado a objetivos que já têm data para acontecer e para os quais é necessário saber exatamente quando se vai ganhar no resgate. E o terceiro segue a inflação e oferece um percentual a mais em juros. 

Na modalidade IPCA existem os títulos NTNB, que paga juros semestrais, e NTNB-principal, cujo resgate total só acontece na data combinada. Agora, o governo vai lançar o NTN-B1, ou Tesouro Renda +, aquele título que mencionamos lá no início.

Tesouro terá Tesouro RendA +, com foco em aposentadoria

Foto: Brenda Rocha - Blossom / Arquivo Pessoal

Tesouro RendA + terá vencimentos diferentes

O Tesouro RendA + foi criado a partir de uma demanda do mercado por títulos longos de previdência. O foco é o recebimento de renda por um determinado período. Ou seja, com esse título, o investidor vai aplicar dinheiro por alguns anos. Depois, vai receber uma renda por alguns anos, tudo pré determinado. Na prática, será mais ou menos como um título NTNB, mas com pagamento mensal de juros e não semestral. 

De acordo com Narlon Gutierre Nogueira, subsecretário do Regime de Previdência complementar, o Tesouro RendA + vai estar disponível para que qualquer pessoa física possa comprar o título. Ou seja, ele independe da renda. “No Tesouro Renda +, a pessoa tem que responder duas perguntas: Quando quero me aposentar? E Quanto quero receber? Aí ela entra no simulador, lança os valores e o simulador vai dizer quanto precisa contribuir mensalmente ao longo do período”, explica ele em vídeo educativo do Tesouro Direto. Vale dizer que o Brasil será o 1º país do mundo a implantar um título público previdenciário.

E qual o público-alvo do Tesouro RendA +? Como se trata de um título voltado à formação de receita extra para a aposentadoria, o objetivo é que ele seja uma opção de investimento para qualquer pessoa que tenha esse foco. Os títulos terão vencimentos diferentes exatamente para se adequarem à demanda. Devem ser oferecidos 8 títulos com vencimentos diversos.

Um investidor que comece a investir aos 20 anos, por exemplo, poderia escolher um título que vence em 40 anos para se aposentar aos 60. Mas e quem vai começar a aplicar aos 30 ou 40? Nesse caso haverá títulos com vencimentos menores. Os vencimentos vão variar entre 2030 e 2065. No resgate, por sua vez, serão 20 anos de fluxo de renda mensal.

Qual o mínimo para investir em Tesouro RendaA+?

Será possível investir no Tesouro RendA + a partir de R$ 30 mensais. É importante saber, porém, que o valor a ser recebido no futuro vai depender da quantia aplicada e do tempo de aplicação. Quanto mais tempo o investidor tiver para investir, menos ele precisará aplicar mensalmente para conseguir a quantia que deseja no futuro. 

Vamos a algumas simulações para alguém que deseja receber um salário mínimo por 20 anos através da aplicação, supondo-se juros de 6% ao ano mais inflação.


  • Quem contribuir por 42 anos deve investir cerca de R$ 31 até 2065.
  • Quem contribuir por 22 anos deve investir cerca de R$ 193 até 2045.
  • Quem contribuir por 7 anos deve investir cerca de R$ 1.447 até 2030.

As simulações, como dissemos, podem ser realizadas no site do Tesouro Direto, assim como a compra dos títulos. É importante considerar que o investimento será corrigido pela inflação ao longo do tempo. Isso é fundamental para nãohaver perda do poder de compra. 

Após uma carência de 60 dias também será possível vender os títulos a qualquer momento. O valor da venda, nesse caso, não é garantido. De acordo com Christopher Galvão, analista de renda fixa da Nord Research, se o investidor vender o título antes do vencimento, vai receber o preço de mercado. “O investidor poderá ser prejudicado ou beneficiado com a venda do título, a depender das oscilações do mercado em resposta ao cenário macroeconômico”, explica. 

Diferenciais do Tesouro RendA + que vale considerar

Além de tudo que explicamos, um diferencial do Tesouro Renda + é a isenção da cobrança da taxa de custódia para quem resgatar apenas na data de vencimento. Para isso, há um limite de até seis salários mínimos mensais.

Quem realizar o resgate antecipado em um período menor de 10 anos, vai pagar uma taxa sobre o valor de resgate de 0,5% ao ano. Se o período for entre 10 e 20 anos, a taxa será de 0,20% ao ano. E se for acima de 20 anos, a taxa será de 0,10% ao ano.

Os rendimentos do título serão tributados como qualquer investimento de renda fixa. Ou seja, 22,5% para até 180 dias; 20% entre 181 até 360 dias; 17,5% para entre 361 e 720 dias; e 15% após 720 dias. Outra novidade é que será possível investir via PIX. É importante saber também que não será possível vender o título antes de 60 dias.

Tesouro RendA + ou Fundo de Previdência?

Como se trata de uma aplicação voltada à aposentadoria, é importante comparar a alternativa com os fundos de previdência que também têm essa finalidade. Isso porque algumas características de uma modalidade podem ser mais favoráveis que as da outra, e vice-versa.

No Tesouro RendA +, por exemplo, não há taxa de administração, e a taxa de custódia, como explicamos, pode chegar a zero em alguns casos. Por outro lado, alguns fundos de previdência podem chegar a uma tributação bastante baixa, até 10% de IR para investimentos de mais de 10 anos. O ideal é tirar todas as dúvidas e, se necessário, consultar um especialista para escolher como investir para a aposentadoria de forma consciente.


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