A defasagem na tabela do IR (Imposto de Renda) em relação à inflação é um problema antigo no Brasil. De acordo com o Sindifisco Nacional, até 1996, quem recebia até nove salários mínimos era beneficiado com a isenção.
Atualmente, porém, trabalhadores que ganham menos de um salário mínimo e meio já serão obrigados a pagar o tributo. Isso porque a faixa de isenção está congelada em R$ 1.903 desde 2016. Ou seja, a partir desse valor os trabalhadores já têm que prestar contas ao leão.
De acordo com dados do Sindifisco, a defasagem na tabela do Imposto de Renda está acumulada em 148,1% em relação à inflação nos últimos 26 anos. Entre 1996 e 2022, o IPCA registrou alta de 420,09%. Já os reajustes na cobrança do tributo ficaram em 109,63%.
Foto: Laís Monteiro/Shutterstock
Acertar defasagem na tabela do IR é algo muito esperado por brasileiros
O acerto na defasagem na tabela do IR é algo muito esperado pelos brasileiros, já que, se fosse corrigida pela inflação, apenas quem ganhasse acima de R$ 4.683,95 pagaria o Imposto de Renda. Isso faria com que 13 milhões de contribuintes deixassem de pagar o imposto.
O novo governo estuda ampliar a faixa de isenção para R$ 5 mil, o que significaria perda de arrecadação de tributos entre R$ 21,5 bilhões e R$ 106,5 bilhões de acordo com cálculos de auditores fiscais. Ainda não há nenhum comunicado oficial a respeito de mudanças na arrecadação.
De acordo com Tiago Barbosa, 1º vice-presidente do Sindifisco Nacional, os auditores fiscais defendem que a correção seja acompanhada de medidas de compensação.
"A isenção de lucros e dividendos, por exemplo, que é uma particularidade do Brasil, precisa ser revista. Para que quem ganha mais também passe a pagar mais", disse ele em entrevista à mídia.
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