Recentemente, o Governo Federal lançou dois programas para limpar o nome de mais de 70 milhões de pessoas que estão negativadas. Um deles é o Desenrola Brasil, que vai até 31 de dezembro. Ele atende pessoas com CPF negativado e renda mensal de até R$ 20 mil (ou cadastradas no Cadúnico). O outro é o Renegocia, que busca evitar situações de superendividamento e preservação do mínimo existencial de R$ 600 para subsistência, que vai até 11 de agosto.

Tanto o Desenrola Brasil quanto o Renegocia são iniciativas do Governo Federal focadas em negociar dívidas. O Renegocia tem como foco a prevenção ao superendividamento. As negociações são coordenadas pelo Ministério da Justiça, acompanhadas e monitoradas pelos órgãos de defesa do consumidor. E o Desenrola é um programa coordenado pelo Ministério da Fazenda e desenvolvido em fases.

Veja mais detalhes sobre o Desenrola Brasil clicando aqui. Confira mais informações sobre o Renegocia clicando aqui.

Uma pessoa passando cartão em uma máquina de pagamento. Imagem para ilustrar a matéria sobre Desenrola Brasil.Crédito: Jacob Lund/Shutterstock

Desenrola Brasil e Renegocia ajudam, mas é preciso cuidado com novas dívidas

De acordo com o especialista em finanças pessoais, João Victorino, é preciso lembrar que os programas não oferecem um perdão de dívidas, mas uma forma de limpar o nome das pessoas. Ou seja, caso as pessoas não paguem as novas parcelas da dívida renegociada, o CPF voltará a ser negativado. “Por esse motivo, é fundamental ter um controle de despesas muito bem organizado, para não encontrar nenhuma surpresa desagradável no final do mês”, explica. Ele ressalta a importância de, após limpar o nome, ter cuidado para não fazer novas dívidas desnecessárias.

A mesma orientação é dada por Thiago Martello, fundador da Martello EF. Ele explica que o brasileiro quer ficar com o nome limpo, e programas como o Desenrola têm um lado bom, que é beneficiar milhões de pessoas a renegociarem dívidas e limparem o nome. "A única questão é que é preciso cuidado para não voltar ao vermelho depois que a situação estiver resolvida e o crédito voltar a ficar disponível”, alerta.

O especialista explica que existem alguns pontos importantes nesse novo caminho de quem era devedor e hoje não é mais. "Primeiramente, ele precisa adequar seu padrão de vida ao que pode pagar. Ou seja, se ganha R$ 2 mil, não adianta gastar R$ 3 mil todos os meses. Neste caso, ou é preciso cortar gastos ou é necessário ir atrás de renda extra”, explica.

Martello também enfatiza a necessidade de pensar melhor na hora de consumir. “É desejo ou necessidade? Se a pessoa tem o costume de comprar por impulso, ela precisa entender que isso pode levá-la ao caminho das dívidas e do nome sujo novamente”, afirma.

Confira três pontos elencados por João Victorino para extrair o melhor dos dois programas:

  1. Nas negociações não se deve comprometer mais do que 30% da renda mensal para pagamento das parcelas, para que se consiga respeitar os prazos previstos.
  2. Algumas instituições financeiras não estão participando do programa do governo. Caso isso aconteça com seu banco, solicite a transferência da dívida para uma instituição que esteja participando da iniciativa.
  3. Cuidado com os golpes. No caso do Desenrola, que começou primeiro, já há relatos de esquemas com criminosos se passando por atendentes das instituições, enviando links falsos para negociações de dívidas e apresentando formas de pagamento fraudulentas. "Isto é estelionato. O dinheiro não vai para a quitação da dívida, e sim para o bolso dos criminosos. Portanto, é preciso ficar atento. A renegociação das dívidas deve ser feita pelos canais oficiais dos bancos e instituições financeiras e pelo governo", reforça Victorino.

Caso você identifique alguma proposta fraudulenta, pode denunciar às organizações representativas do setor bancário — como a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e a ABBC (Associação Brasileira dos Bancos Comerciais).


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