Bilionários como Jeff Bezos, Sam Altman e Peter Thiel estão investindo fortunas na reversão do envelhecimento, em uma corrida que mistura ambição, ciência e tecnologia. A promessa é estender a vida humana muito além dos limites atuais. Segundo o Wall Street Journal, nas últimas duas décadas, mais de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões) foram aplicados em startups e ONGs dedicadas ao prolongamento da vida.

Empresas como Altos Labs, Calico Labs e Retro Biosciences são hoje os principais nomes nesse mercado. Cada uma delas busca, por caminhos diferentes, descobrir até onde o corpo humano pode ir sem ceder ao tempo. Enquanto a medicina tradicional se concentra em tratar doenças, essas novas empresas tentam alterar o próprio processo biológico do envelhecimento.

Bilionários apostam na ciência da longevidade

O fundador do PayPal, Peter Thiel, foi um dos primeiros a investir em pesquisas na área. Desde 2006, ele apoia iniciativas como a Methuselah Foundation, voltada à engenharia de tecidos, e a Unity Biotechnology, que busca combater o envelhecimento celular.

Outro nome importante é o de Sam Altman, CEO da OpenAI, criadora do ChatGPT. Ele investiu US$ 180 milhões na Retro Biosciences, empresa dedicada ao desenvolvimento de terapias celulares para restaurar tecidos envelhecidos.

Jeff Bezos, fundador da Amazon, também faz parte desse grupo. Ele é um dos principais investidores da Altos Labs. A empresa pesquisa a reversão do envelhecimento por meio da reprogramação celular. Já o Google financia a Calico Labs, em parceria com a farmacêutica AbbVie. O valor do investimento na iniciativa é cerca de US$ 1,5 bilhão. Larry Ellison, da Oracle, doou mais de US$ 370 milhões a projetos voltados ao envelhecimento até 2013.

Esses projetos formam o que especialistas chamam de “medicina da longevidade”, um campo que une genética, biotecnologia e inteligência artificial. O objetivo é não apenas viver mais, mas garantir mais anos de vida com saúde.

Pílulas sobre dólares. Imagem para ilustrar a matéria sobre reversão do envelhecimento. Crédito: Jeff Gresham/Shutterstock

O que diz a ciência sobre a reversão do envelhecimento

Pesquisas recentes indicam que há um limite natural para a vida humana. Um estudo publicado na Nature Communications em 2021 apontou que a perda de resiliência fisiológica impõe um teto entre 120 e 150 anos. A resiliência fisiológica se refere a capacidade de o corpo se recuperar de doenças ou lesões.

A pesquisa monitorou dados como contagem de células sanguíneas e número de passos diários em diferentes faixas etárias. Mesmo entre pessoas saudáveis, observou-se que o corpo perde progressivamente a capacidade de retornar ao seu estado ideal após uma doença.

Apesar desse limite, parte da comunidade científica acredita que já estamos próximos de ultrapassá-lo. O geneticista David Sinclair, da Universidade de Harvard, é um dos principais defensores dessa ideia. Ele propôs a Information Theory of Aging, segundo a qual as células humanas perdem, com o tempo, a “memória” de suas funções originais. Ou seja, como se fossem CDs riscados.

Sinclair já conseguiu reverter a perda de visão em camundongos idosos. Ele se prepara para testar terapias semelhantes em humanos. “A ideia é usar reprogramação epigenética para restaurar células — primeiro dos olhos, depois de rins, fígado e, futuramente, do corpo inteiro”, afirmou ele ao jornal The Sydney Morning Herald.

Outros pesquisadores, como Nir Barzilai, do Instituto de Pesquisas do Envelhecimento da Faculdade de Medicina Albert Einstein, são mais cautelosos. “Hoje, o limite realista é em torno de 115 anos, mas terapias emergentes podem estender essa expectativa”, disse ele à Fortune.

A medicina da longevidade ganha espaço entre os mais ricos

O interesse pela reversão do envelhecimento também deu origem a práticas que vão além dos laboratórios. O empresário Bryan Johnson, fundador do Projeto Blueprint, afirma investir US$ 2 milhões por ano em exames, dietas e suplementação. Ele defende a longevidade como filosofia de vida, embora tenha abandonado procedimentos radicais, como transfusões de sangue de parentes, por não observar benefícios concretos.

A médica Evelyne Bischof, da Healthy Longevity Medicine Society, lembra que o foco deve ir além da busca por mais anos de vida. Para ela, o desafio está em equilibrar tempo e qualidade. “Fechar a lacuna entre expectativa de vida e saúde plena é mais importante do que viver muitos anos com baixa qualidade de vida”, afirmou em entrevista ao site americano Fortune.

A especialista Andrea Maier, da Universidade Nacional de Singapura, segue a mesma linha. Segundo ela, a medicina da longevidade se baseia em dados genéticos, biomarcadores e inteligência artificial para personalizar tratamentos. “Tratar o corpo como um atleta de elite é a nova abordagem”, disse à Fortune.

Essas tecnologias ainda estão restritas a clínicas exclusivas e pacientes de alta renda. Mas os pesquisadores acreditam que os avanços se tornarão mais acessíveis nas próximas décadas. Como afirmou Maier, “viver mais já não é questão de ficção científica, mas de acesso e educação”.


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