A saúde mental também tem efeitos fisiológicos sobre o corpo. Transtornos na mente podem gerar consequências no organismo e influenciar no funcionamento de órgãos como o coração. E com o passar da idade é possível que os problemas tenham gravidade e impactos mais sérios.
Um dos exemplos é a depressão, distúrbio que leva a uma grande variedade de questões emocionais e físicas, afetando desde a maneira de sentir e agir como a forma de pensar. Sentimentos como tristeza, ansiedade, solidão e impotência, fadiga, dificuldade para se concentrar ou tomar decisões, alterações no sono, perda de interesse em coisas antes prazerosas, isolamento social, incapacidade de trabalhar ou desempenhar atividades corriqueiras são alguns dos sinais de um quadro depressivo.
Isso não quer dizer que quando envelhecemos ficamos deprimidos. Entretanto, a depressão é uma questão comum entre os adultos idosos. Vale destacar ainda que quem já enfrentou uma depressão quando mais jovem, tem mais probabilidade de voltar a apresentar o transtorno no decorrer da vida, e por uma série de fatores.
Como surge um quadro depressivo?
Um quadro de depressão pode ser desencadeado por diferentes razões, entre elas: alterações hormonais (na menopausa, por exemplo); depressão relacionada a uma doença (podemos citar disfunções cardíacas ou esclerose múltipla); transições de vida, traumas ou grandes eventos (como diagnóstico ou procedimento médico, separação ou a morte de um ente querido); viver sob pressão ou em altos níveis de estresse; uso de certos medicamentos; alcoolismo (e outros vícios) ou ainda limitações funcionais que dificultam o envolvimento social.
Outros podem ficar deprimidos mesmo sem uma razão clara. E até nossa genética tem interferência - indivíduos que têm histórico familiar do transtorno estão em maior risco. Vale destacar que as pessoas experimentam a depressão de maneiras diferentes. Assim, o tempo de duração do quadro, sintomas e as consequências também variam.
A depressão e o sistema cardiovascular
De acordo com a American Heart Association, quando sentimos depressão, ansiedade ou estresse constante, nosso ritmo cardíaco e pressão arterial aumentam, há um fluxo sanguíneo reduzido para o coração e o corpo produz níveis mais altos de adrenalina e cortisol - hormônios ligados ao estresse que sinalizam ao organismo que se mantenha em alerta para situações de risco.
Ao recrutar “um exército”, essas substâncias acabam deixando o sistema imunológico enfraquecido, abrindo o corpo a infecções. Além disso, a constante liberação dos hormônios estimula a vasoconstrição (redução do calibre dos vasos sanguíneos). Como consequência, as artérias vão com o tempo diminuindo o seu potencial de adaptação, o que gera a elevação da pressão e dos batimentos. Tudo isso acaba obrigando o coração a trabalhar mais.
Pessoas deprimidas tendem ainda a fazer escolhas e manter um estilo de vida pouco saudável: se tornam propensas a fumar mais, não estar fisicamente ativas, deixar os cuidados com a alimentação de lado, dormir pouco ou em excesso, consumir mais bebidas alcoólicas, não tomar os medicamentos prescritos ou ainda exagerar em remédios tomados por conta própria. Com o tempo, esses comportamentos aumentam o risco de complicações cardiovasculares.
Quando mantido por um período longo e constante, o cenário pode gerar efeitos capazes de desencadear uma crise hipertensiva, arritmias, doença arterial coronária e até um infarto do miocárdio. Se o indivíduo já possuir predisposição à doença cardíaca de base ou estiver se recuperando um evento ou procedimento cardiovascular, o quadro é ainda mais sério.
Um problema cardíaco que pode se multiplicar ou agravar
Quadros depressivos também são, geralmente, desencadeados após eventos no coração, incluindo a insuficiência cardíaca e o infarto. Um artigo publicado pela Cleveland Clinic aponta que é comum pacientes apresentarem tristeza e depressão nas primeiras semanas após um ataque cardíaco, cirurgia ou procedimento no coração, hospitalização recente ou novo diagnóstico de doença cardíaca. No entanto, os sentimentos devem ser temporários e desaparecer gradualmente à medida que o indivíduo melhore e volte à rotina e atividades.
Durante a recuperação de uma cirurgia, a depressão é capaz de intensificar a dor, piorar a fadiga ou fazer com que a pessoa entre em isolamento social. Não é raro, portanto, que pacientes participantes de um programa de reabilitação cardíaca experimentem dificuldades emocionais em meio a sua recuperação física.
A falta de motivação, assim como a falta de confiança, pode indicar que a depressão se instalou. Sem tratamento é possível que o quadro se agrave. Estimativas apontam que até 15% dos pacientes com doença cardiovascular e até 20% dos pacientes que foram submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio sofrem de depressão.
O que fazer?
O maior obstáculo para diagnosticar e tratar a depressão é reconhecer que alguém está sofrendo com ela. Aproximadamente metade das pessoas com o problema nunca são diagnosticadas ou tratadas, o que pode ser uma ameaça à saúde e vida. É importante prestar atenção nos sinais que o organismo nos dá e buscar ajuda sempre que notar a constante presença de sentimentos negativos e indícios de transtornos mentais.
Embora não existam exames específicos para diagnosticar a depressão, há várias ferramentas de triagem: exames laboratoriais para checagem de causa física, avaliação do histórico médico pessoal e familiar, assim como histórico de uso de medicamentos, drogas ou álcool. Hoje temos diversos tratamentos para o transtorno. Grande parte das pessoas conquista melhora com antidepressivos, psicoterapia (aconselhamento de apoio ou terapia), ou uma combinação de ambos.
Para muitos especialistas, depressão e ansiedade já estão na lista dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares, ao lado, por exemplo, do tabagismo, colesterol, hipertensão e do sedentarismo. Portanto, a combinação de um estilo de vida saudável, incluindo exercícios regulares, sono adequado, uma dieta balanceada, bem como relaxamento e técnicas de gerenciamento de estresse, podem ajudar a administrar quadros depressivos e, ao mesmo tempo, contribuir com a saúde do coração.
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