Foi-se o tempo em que a aposentadoria representava um ponto final na carreira e nos sonhos dos profissionais. Para muitas pessoas com mais de 55 anos, ela é apenas o começo. Um novo ciclo produtivo, desafiador e cheio de possibilidades pelas trilhas do empreendedorismo. “É uma geração que começou a trabalhar muito cedo e que, mesmo depois de se aposentar, não está disposta a parar”, afirma Helena Ribeiro, fundadora da Razão Humana Consultoria.

De acordo com a pesquisa "Empreendedores 50+, o futuro do Brasil", realizada em 2022 pela consultoria Empreendabilidade, profissionais com mais de 50 anos têm maiores chances de sucesso ao iniciar um negócio. O estudo também revelou que pessoas com mais de 55 anos representam 30,7% de todos os empreendedores no Brasil.

Segundo o IBGE, no 3º trimestre de 2020, havia cerca de 1,9 milhão de empreendedores da terceira idade no Brasil, representando aproximadamente 7,3% dessa população. Esse número vinha crescendo ao longo dos anos, mas em 2020 houve uma queda devido à pandemia de Covid-19.

A crise levou muitas pessoas, especialmente as mais velhas, a se isolarem por fazerem parte do grupo de risco, o que resultou em uma pausa temporária nas atividades de muitos empreendedores dessa faixa etária.

Ainda assim, os números de pessoas com mais de 65 anos empreendendo surpreende.

Empreendedorismo e suas motivações

Segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor de 2022, em parceria com o Sebrae, o empreendedorismo inicial entre pessoas de 55 a 64 anos cresceu 64% em relação ao ano anterior. Esse aumento pode refletir tanto uma maior adesão ao empreendedorismo quanto uma reacomodação econômica pós-pandemia.

Para quem deseja empreender nessa fase da vida, opções como franquias, vendas online, consultoria, mentoria ou até transformar um hobby em negócio são alternativas viáveis. 

“Ao fazer contas, muitos percebem que não dá para garantir o mesmo padrão de vida só com a aposentadoria. Uma das maiores preocupações é com o plano de saúde”, conta Helena. É nesse momento que, segundo ela, uma boa parte usa o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para investir em um negócio que complemente o rendimento mensal.

Para o engenheiro Miltom de Sousa, 81 anos, o grande motivo de seguir pelo empreendedorismo foi o desejo de manter-se ativo no mercado. Ele se aposentou aos 55 anos como diretor de uma multinacional e permaneceu no cargo até ser dispensado cinco anos mais tarde. “Me senti frustrado porque ainda tinha muita disposição para trabalhar”, lembra.

Tempo e dedicação

Com muito tempo livre, Miltom começou a buscar uma nova atividade para si. “Não sou pessoa de ficar em casa e, ao mesmo tempo, não queria mais ser empregado de ninguém”, diz. Foi assim que, em 2002, ele adquiriu uma franquia da rede Doctor Feet. “Escolhi o modelo de franchising justamente pela transferência de know-how. Apesar de ter administrado grandes empresas, precisava me reciclar e aprender a gerenciar um negócio pequeno.”

Atualmente, a loja, instalada em um shopping de Campinas, no interior de São Paulo, conta com 11 funcionários. Miltom divide as responsabilidades da gestão com a filha, mas não deixa de ir um só dia à unidade. “Minha grande satisfação é continuar ativo e conviver com os clientes. Mas diferentemente de um jovem, que vive em função do crescimento do negócio, não faço planos de longo prazo.”

Maturidade, bagagem profissional e conhecimento do mercado são fatores que podem contribuir para o sucesso dos empreendedores seniores. “Uma reserva financeira também é fundamental para investir no negócio com que sempre sonhou”, complementa Helena.

Um homem idoso trabalhando em seu negócio de empreendedorismo.Créditos: Supavadee butradee/Shutterstock

Planejamento é essencial

“Antes de sair fazendo e colocando em prática ideias de negócio, é importante que o aposentado tenha um plano de preparação para o futuro”, aconselha a fundadora da Razão Humana Consultoria. 

O primeiro passo é se perguntar sobre o que quer conquistar e aonde pretende chegar. “O segundo é fazer do planejamento um hábito”, sugere Helena.

Confira, a seguir, dicas da consultora para o aposentado que pensa em empreender:

  • Avalie o grau de conhecimento que tem da área onde pretende atuar;
  • Analise sua capacidade de investimento e quanto pretende tirar da reserva que estava destinada à sua subsistência na aposentadoria;
  • Recorra a órgãos de fomento ao empreendedorismo para ampliar conhecimento, fazer network e contar com uma consultoria de negócios;
  • Busque uma assessoria jurídica e contábil para obter orientação na formalização do negócio;
  • Anteveja os pontos fortes e fracos do futuro empreendimento, bem como os seus como empreendedor;
  • Desenvolva habilidades;
  • Trace metas de curto, médio e longo prazos.

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