Nos últimos anos temos presenciado um fato social pouco notado antes no Brasil: o envelhecimento ativo. Criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo tem como objetivo fazer com que as pessoas entendam seu potencial físico, social e mental ao longo da vida, e que assim participem da sociedade de forma ativa, e em paralelo oferecer proteção, segurança e cuidados adequados a esse grupo.

Neste sentido, a composição etária de um país – número proporcional de crianças, jovens, adultos e idosos – é uma questão importante a ser considerada. Isso porque o amadurecimento da população está diretamente ligado à redução no número de crianças e jovens e ao aumento de pessoas acima de 60 anos. Ou seja, a redução nas taxas de fertilidade e o crescimento na longevidade garantem um contínuo envelhecimento da população (não apenas brasileira, mas mundial), como mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que aponta que em 2030 a parcela de idosos no Brasil ultrapassará o total de crianças entre zero e 14 anos.

Essa questão se mostra ainda visível ao decorrer dos anos e quando falamos em economia e empregabilidade. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 57% da população economicamente ativa no Brasil vai ter mais de 45 anos em 2050. Esses dados somados aos efeitos da reforma da Previdência de 2019, que adiou a aposentadoria de mulheres para 62 anos e de homens para 65, indicam que a tendência é que pessoas com essa faixa de idade ocupem ainda mais cargos no mercado de trabalho.

Desta forma, podemos dizer que esse é o momento de maior destaque para a terceira idade no mercado, tendo em vista a diminuição populacional de jovens, entre estagiários e efetivos. Por outro lado, a empregabilidade do jovem é um desafio nas esferas públicas e privadas que tem se mostrado cada dia mais presente.
Funcionário sênior sorrindo discutindo e-mail com colega mais novo no local de trabalho. Imagem para ilustrar a matéria sobre envelhecimento ativo.Crédito: fizkes/shutterstock

Dados do IBGE mostram que o desemprego caiu ao menor índice desde 2015. Atualmente são cerca de 9,5 milhões de desempregados. Os números referentes ao terceiro trimestre de 2022, também revelaram que a faixa etária com maior desocupação foi registrada entre 25 e 39 anos, com 34,9% das pessoas que não ocupam postos de trabalho. Outros 30,3% correspondem ao grupo com idade entre 18 e 24 anos.

A pesquisa mostra que já soma mais de 4 milhões o contingente de desalentados no país atualmente. O volume de pessoas que não buscam trabalho por achar que não encontrariam ocupação é algo que chama muita atenção, pois é proporcional ao tamanho de vários Estados da Federação, como Espirito Santo, Paraíba e Amazonas. Essa situação nos convida a refletir sobre isso, agora e principalmente sobre o futuro. É necessário formar uma geração mais produtiva, prover recursos tecnológicos, estimular o empreendedorismo, educação financeira e previdenciária entre os mais jovens. Além disso, parte da solução para desenvolvimento de habilidades deste jovem deve partir dele mesmo, mantendo-se constantemente atualizado, participar de atividades extracurriculares e buscar entendimento das áreas de interesse profissional.

Para mudar esse cenário é de suma importância a criação de iniciativas de inclusão tanto de aprendizagem quanto de empregabilidade, aumentando as oportunidades para estes dois grupos. A especialização é outro ponto de atenção que necessita estar alinhado com o momento do mercado e com os interesses do cargo que pretende seguir.

O futuro pode trazer diversas oportunidades para estes grupos que cada vez mais influenciam a geometria social, que sonham em ocupar cargos dentro de diferentes instituições e que podem contribuir de forma efetiva e enriquecedora tanto para o crescimento da empresa quanto para compartilhamento de experiências e ideias, além do desenvolvimento econômico do país.


Ter um envelhecimento ativo envolve cuidado com o corpo e com a mente. Faça o teste abaixo e descubra a sua idade mental.

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