Estamos envelhecendo e temos um caminho longo pela frente para garantir Longevidade Financeira, qualidade de vida e saúde. São estes alguns dos temas abordados pela oitava Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, recém-lançada no Brasil pelo Instituto de Longevidade. Dentre outros assuntos, a pesquisa de aposentadoria reforça a necessidade da modernização dos sistemas de previdência.
O fato de que as pessoas têm o potencial de viver mais mudará fundamentalmente como as futuras gerações se aposentarão. Dados da pesquisa apontam a necessidade de as pessoas permanecerem em um emprego remunerado por mais tempo, bem como que permaneçam física e mentalmente ativas. Essas oportunidades e mudanças também exigem uma abordagem nova e mais holística para o planejamento da vida futura.
O material recolhido do estudo soa quase como um alerta sobre como estamos investindo em nossa aposentadoria. Mundialmente, os trabalhadores esperam viver até uma idade média de 80 anos, sendo que os últimos cinco em declínio de saúde. Somado a isso, 71% dos trabalhadores em todo o mundo não têm confiança ou não sabem dizer se terão um estilo de vida confortável. Desse número, 35% acreditam que terão apenas “um pouco” de conforto ao se aposentar.
Expectativa de vida x expectativa de vida saudável
Para Leandro Palmeira, diretor de pesquisa do Instituto de Longevidade, responsável pelo estudo no país, “a atual geração de trabalhadores prevê aposentadorias longas, que incluem um período caracterizado pelo declínio físico, havendo uma diferença entre expectativa de vida e expectativa de vida saudável”.
Inclusive, ter saúde física, mental e espiritual e estar em forma são prioridades para 62% dos entrevistados. Quando perguntados quais comportamentos benéficos estão realizando, globalmente, as pessoas citam comer de forma saudável e evitar comportamentos prejudiciais (ambos alcançam 60%).
Adotar tais hábitos faz parte de um dos pilares para se criar o Novo Pacto Social, que tem como mantra: “construa reservas financeiras e preserve a saúde”. Palmeira salienta que essa abordagem “deve ser adaptável, sendo também sustentável para um mundo em constante mudança”.
79% dos entrevistados não têm plano formal para aposentadoria
Apenas 16% dos trabalhadores têm um plano formal para quando se aposentarem e menos da metade (48%) de todos os trabalhadores estão considerando as despesas futuras de saúde em suas necessidades de poupança para a aposentadoria.
O material lista os “Cinco Fundamentos” para se preparar para quando esse momento chegar e estabelecer um "plano b" para imprevistos é um deles. Mas, entre os participantes, somente 35% têm um planejamento para obter uma renda, caso não consigam trabalhar até a idade idealizada para se aposentar.
Leandro chama atenção ao dado de que 40% das pessoas se preocupam em ficar sem dinheiro. “É crucial repensar hábitos e planejar as finanças futuras, incluindo reservas para eventualidades”, explica.
Um Novo Pacto Social
Através dos levantamentos da pesquisa, entende-se que há a urgência em criar um pacto social para lidar com as mudanças que acontecem no mundo e abranger as condições sociais e econômicas do futuro.
Entre os principais pontos, o estudo indica que esse pacto deve honrar os princípios de solidariedade e sustentabilidade e ser adaptável à nossa realidade, que está sempre mudando. Deve fazer uso da inovação e da tecnologia e promover estilos de vida saudáveis, educação financeira, aprendizado vitalício e comunidades adaptadas aos idosos.
O texto ainda diz que “a forma como nos preparamos para a velhice no século XXI é uma das nossas maiores oportunidades e uma das questões mais urgentes”. Para o diretor do Instituto, é fundamental desenvolver uma estratégia e executá-la. Isso vale tanto em relação à poupança, quanto em relação a hábitos de vida saudáveis.
Sobre a Pesquisa de Aposentadoria 2019
O material foi elaborado conjuntamente pelos Instituto de Longevidade MAG, o Aegon Center for Longevity and Retirement e o Transamerica Center for Retirement Studies. A pesquisa tem representação na Europa, Américas, Ásia e Austrália, onde foram entrevistados 14.400 trabalhadores e 1.600 aposentados de 15 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Hungria, Índia, Japão, Holanda, Polônia, Espanha, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos.
Todos os dados foram coletados de forma on-line entre 22 de janeiro e 14 de fevereiro de 2019. Mais informações sobre o escopo e a metodologia da pesquisa podem ser encontradas diretamente no relatório.
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