Mais um ano está se encerrando e trazendo esperança para o início de um ano. Comemorar esse ciclo que termina é natural, espontâneo e uma felicidade para muitos. Festas, presentes, grandes ou pequenas comemorações trazem muita alegria. Contudo, com esses eventos, os gastos também crescem, podendo causar um problema para a organização financeira.

Segundo Guilherme Carvalho, sócio fundador da Decero Capital, especialista em consultoria financeira, existem erros muito comuns realizados nesta época do ano. Um dos maiores é chegar no início do mês sem ter a previsibilidade financeira necessária para arcar com todas as despesas.

Por isso, traçar um orçamento para encarar o mês e segui-lo à risca, de preferência com antecedência e com pesquisas de preços, é um passo importante para as despesas de fim de ano e para evitar dívidas. “Se algo ficar mais caro, tente redistribuir os demais custos. Repense a necessidade de uma compra ou mesmo faça alguma adaptação. Em último caso, você pode cortar alguma despesa do seu orçamento tradicional para liberar recursos para as festividades”, sugere o especialista.

Celebrações devem ser evitadas?

Guilherme pontua que as festas de fim de ano estão geraram muitas expectativas, considerando um contexto pós pandemia. No entanto, é possível seguir passos simples para que os gastos sejam reduzidos e não acarretem dívidas, como:

  1. Dar preferência para reuniões em casa, onde as despesas acabam sendo menores e, muitas vezes, mais divertidas;

  2. Buscar presentes criativos, mais baratos, e que tenham relação direta e afetiva com quem será presenteado;

  3. Investir em um amigo oculto em família é uma forma de economizar em presentes e ainda tornar a celebração engraçada.

Outro ponto importante é anotar todos os gastos que estão sendo feitos em uma planilha. “Quando se tem um cartão de crédito nas mãos, não raro a fatura do mês seguinte costuma surpreender e muito. Evite ao máximo compras parceladas ou usar o cartão de crédito excessivamente. Dê preferência ao pagamento à vista”, explica Guilherme.

Uma pessoa no computador, segurando um cartão de crédito, simulando uma compra de Natal. Imagem para ilustrar a matéria sobre organização financeira.

Crédito: Kite_rin/shutterstock

Gastos de hoje x Responsabilidades de amanhã

Após o Réveillon, o Natal, as festas e os gastos com castanhas e champanhe, a ressaca das despesas chega. E quem não está pronto para as cobranças do dia seguinte, deve se programar para evitar dívidas hoje.

IPVA, IPTU são gastos recorrentes e, muitas vezes, têm vencimentos próximos. Aqueles que têm filhos ou que cuidam dos gastos do netos também precisam considerar os custos relacionados à matrícula, material escolar, uniforme, entre outros. Isso significa que, se você gastar em excesso, não terá condições de arcar com as responsabilidades do ano seguinte que está logo ali.

Guilherme conta que “um grande general americano da 2ª Guerra Mundial, George Patton, tem uma frase célebre: ‘um bom plano executado rigorosamente agora é melhor que um plano perfeito executado na próxima semana’. Costumo dizer que planejamento não executado é papel em branco. É essencial se programar”.

Para o especialista, se preparar com antecedência para as despesas dessa época pode, ainda, garantir uma boa economia e evitar um grave problema financeiro para os próximos meses. Ele ainda sugere que, em alguns casos, o pagamento à vista pode significar uma boa redução dos valores. Por isso, se organizar e estar pronto para o futuro precisa estar no planejamento financeiro.

Controlar as dívidas também faz parte da organização financeira

Guilherme comenta que o grande segredo de uma situação financeira mais segura e confortável é a organização. O primeiro passo para isso é fazer um corte dos gastos supérfluos. Mesmo que sejam pequenos, no acumulado do mês ou do ano, eles acabam pesando no orçamento e comprometem a capacidade de manter uma poupança.

“A relação com o dinheiro se estende para outras esferas da vida e, buscar uma vida financeira equilibrada, é desejar uma realidade melhor.”

Segundo o especialista, os juros compostos são ótimos para quem é investidor.  Já para quem tem dívidas, é um pesadelo e uma bola de neve que pode sufocar. Avaliar eventuais parcelamentos grandes e financiamentos que possam comprometer e analisar a possibilidade de quitá-los quando possível faz parte desta organização financeira.

Nesse momento, dê preferência àquelas dívidas que oferecem amortização de juros no caso da antecipação das parcelas. Desta forma é possível pagar à vista. Guilherme ainda fala de uma eventual portabilidade como estratégia. Dessa forma, um empréstimo ou financiamento pode ser enviado para outro banco que ofereça condições melhores.

Para ele, se não for possível liquidar alguma dívida, é preciso evitar o cheque especial. Ele deve ser utilizado somente em casos de extrema necessidade ou por poucos dias.

“Em nenhuma hipótese entre no rotativo do cartão de crédito. No Brasil, uma das taxas de juros mais altas corresponde ao cartão de crédito. Para se ter ideia, os juros do crédito rotativo costumam girar em torno de 300% ao ano, segundo o Banco Central. Como uma das modalidades mais caras, é responsável por boa parte do endividamento dos brasileiros.”

Começar um ano novo com organização financeira é possível

De acordo com Guilherme, uma maneira de iniciar o ano sem dívidas e com as finanças organizadas é montando uma planilha financeira com duas listas, sendo a primeira de custos mensais fixos, como o valor do aluguel, taxas de condomínio, escola, curso de inglês, plano de saúde, seguros.

Já a segunda é para listar os custos variáveis, como contas de energia, gás, gasolina, assinaturas, academia, telefone, internet, lazer, supermercado, transporte, medicamentos. Dessa forma é possível encontrar um valor médio de gastos por mês, para saber quanto é possível economizar.

“Parece óbvio, clichê, mas você deve gastar menos do que ganha.”

Para o especialista, essa é a regra básica da educação financeira e, uma dica que traz, é pegar a renda e tirar os custos mensais fixos ou essenciais. Separe, então, um percentual fixo do que sobrar para poupar e formar sua reserva. À diferença adeque os seus custos variáveis.

“Quantas vezes temos um gasto de assinatura de 400 canais e sequer ligamos a televisão em determinado mês. Inverta a ordem dos gastos, reconheça as despesas que fazem sentido na sua vida e, no final, estará sempre poupando e formando um caixa que lhe trará tranquilidade e o melhor, uma renda passiva.”

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